segunda-feira, 25 de março de 2013

O QUE É PSICOLOGIA COGNITIVA?


O Que é a Psicologia Cognitiva?




Considerações Iniciais

Entende-se que a psicologia é uma ciência que abrange várias áreas de atuação e conhecimento, bem como o modelo clínico, social, educacional, das relações de trabalho, etc. E desenvolve trabalhos nos campos: social, afetivo, patológico e também através de uma atuação pautada na perspectiva de uma psicologia cognitiva.
Psicologia Cognitiva é uma área de conhecimento que se propõe em estudar como as pessoas são capazes de perceber, aprender, lembrar e pensar sobre determinadas situações da vida, ou seja, se propõe a estudar os processos mentais dos indivíduos. O psicólogo que atua no campo cognitivo está apto a entender como as pessoas percebem os fenômenos ou porque algumas pessoas lembram com mais facilidade de um fato e outras esquecem mais facilmente, dentre outras atribuições.
No intuito de caracterizar esse trabalho, diz-se que essa é uma área da psicologia que tem por finalidade estudar o pensamento, a percepção, a memória, a fim de analisar como o sujeito percebe o mundo e de que modo desenvolve as funções cognitivas tais como: falar, resolver problemas, memorizar, raciocinar, etc.
Em suma, a psicologia cognitiva apresenta algumas divergências no tocante às outras abordagens da psicologia, tendo em vista que refuta a idéia da introspecção, adotando um modelo positivista como método de investigação científica. Nesse sentido, a psicologia cognitiva trabalha com a idéia de que há estados mentais internos, ou seja, as crenças, as motivações e tais estados mentais soam em desencontro com a psicologia comportamental.
Na atualidade, existem algumas áreas de conhecimento que se comunicam com a ciência cognitiva, bem como a inteligência humana, a atenção, a percepção visual e auditiva, a inteligência artificial, a linguagem, o esquecimento, a lembrança, etc.

Como Surgiu o Conceito de Psicologia Cognitiva?

O surgimento da psicologia cognitiva moderna se insere num movimento mais amplo, o das chamadas “ciências cognitivas” (Soares, 1993).
Uma das abordagens mais recentes é o Cognitivismo, que se apóia a partir da crença de que o comportamento humano pode ser compreendido através de como as pessoas pensam. Com base nisso, a psicologia cognitiva surge utilizando uma análise quantitativa para estudar os processos e funções mentais.
Alguns dos fatores desencadeantes do movimento cognitivista foram, por um lado, o fracasso do behaviorismo em explicar os aspectos mais elevados do comportamento humano a partir do paradigma estímulo-resposta (E®R) e, por outro, pesquisas como aquelas realizadas por Miller, Boadbent, Cherry, e Bruner (Gardner apud RODRIGUES et al,2009).
Desta forma, a psicologia cognitiva considera o modelo linear E-R limitante, insuficiente e consequentemente inadequado para explicar o comportamento humano, procurando substituí-lo por um esquema mais complexo e elaborado que considera de forma circular esta relação diádica entre organismo e estímulos. O organismo tem papel relevante e ativo, um sistema capaz de elaborações complexas, tais como: efetuar escolhas dentre os elementos relevantes de uma dada situação, utilizar estratégias alternativas, armazenar seletivamente informações, operar transformações sobre os elementos de forma a elaborá-los apropriadamente, operando os resultados dessas elaborações e não apenas operações ligadas e determinadas, aprioristicamente, pelos estímulos de entrada (SPINILLO, 1989).
Portanto, um fator de destaque para a psicologia cognitiva em seu processo de surgimento e construção é a insatisfação com o modelo comportamental e a iniciativa de fomentar um arcabouço teórico visando especificar os processos mentais do organismo a fim de indicar as fases e as funções que são desenvolvidas nesse processo.

Atribuições do Psicólogo Cognitivo

De acordo com SPINILLO (1989) a tarefa do psicólogo cognitivo é descobrir leis que estabeleçam conexões entre o comportamento e a variedade de aspectos e elementos com os quais o comportamento está relacionado, procurando encarar o problema de forma mais abrangente.
O psicólogo cognitivo trabalha com a perspectiva de estudar quais os meios que o indivíduo organiza um conhecimento, como também de que forma esse conhecimento é utilizado a fim de direcionar ou planejar determinadas ações. Este trabalho categorizado é fundamental para compreensão e atuação sobre tal realidade.
Assim, o psicólogo cognitivo estuda não só a forma como as informações externas são extraídas, mas, especialmente, como estas informações são conceitualizadas e organizadas internamente, para então serem utilizadas de maneira eficaz. Podemos acrescentar, ainda, que está preocupado com aspectos que implicam elaborações internas, partindo do pressuposto de que a resposta dada à determinada situação-estímulo sofreu algum tipo de elaboração dentro do indivíduo, e que esta elaboração não depende apenas do estimulo externo apresentado, mas de processos mentais internos presentes na mente do indivíduo em um momento determinado do seu desenvolvimento e em função de elaborações anteriores que tenham sido efetuadas (SPINILLO, 1989).
Explicando a partir de uma ótima mais tradicional, compete ao psicólogo cognitivo estudar atividades que dizem respeito à memória, à percepção, à imagem mental, ao raciocínio, a aprendizagem, etc. Esse trabalho visa dar conta dos mecanismos mentais que agem quando se percebe, memoriza ou se elabora um dado objeto.

Algumas Considerações Sobre a Psicologia Cognitiva

Na tentativa de compreender a amplitude da Psicologia Cognitiva torna-se relevante argumentar acerca dos modelos mentais, que se configuram como as imagens, as abstrações, os pressupostos e histórias que estruturam nossa mente. Desse modo, tais imagens, histórias, idéias enquadram o modo de ser de cada sujeito, de perceber as outras pessoas, e tudo que está em sua volta, inclusive os sentimentos, denominando-se assim cognições.
Para PALMA (2009) pode-se entender as cognições como um conjunto de conhecimentos ou crenças. A partir disso, a pessoa estabelece um conjunto de estratégias que utiliza para aprimorar sua relação com o meio. Assim, as cognições são pensamentos ou auto-afirmações atuais de uma pessoa, bem como suas percepções, avaliações, atitudes, lembranças, objetivos, padrões, valores, expectativas e atribuições. Tem-se então, as estratégias mentais que vão sendo construídas e desenvolvidas.
Gardner apud SENGE (2002) afirma que nossos modelos mentais determinam não apenas a forma como entendemos o mundo, mas também como agimos. Os modelos são ativos, moldam nossa forma de agir. Se temos a crença de que não podemos confiar nas pessoas, agimos de forma diferente do que agiríamos se acreditássemos que são dignas de confiança. Felizmente, por mais distorcidos que sejam nossos modelos mentais, há sempre a possibilidade de alteração.
Para bem compreendermos os modelos mentais cabe ressaltar alguns aspectos, assim como enfatizar que esse modelo determina o que visto e sentido. Entretanto, não são estáticos, podem ser aperfeiçoados a fim de estar a serviço de uma melhor adaptação em prol de propiciar um bem estar e adaptabilidade.

Considerações Finais

Em conclusão, pode-se considerar que a psicologia cognitiva é uma área que objetiva estudar as funções e processos mentais do sujeito, bem como a memória, percepção, atenção, raciocínio. Desse modo, enfatiza-se que o interesse da psicologia cognitiva recai sobre a natureza do conhecimento, com base em estudos empíricos. A partir desse estudo foi possível conhecer as motivações e os interesses para o surgimento desse saber psicológico, entender algumas considerações sobre essa área e ainda tecer algumas considerações sobre o manejo dessa profissional que trabalha especificamente com a cognição. Partindo desse pressuposto, acredita-se que esse trabalho trará um esclarecimento inicial a respeito do que se configura psicologia cognitiva e quais contribuições esse conhecimento traz para a sociedade.

Autor: Alex Barbosa Sobreira de Miranda - Departamento de Psicologia. Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Estadual do Piauí (UESPI). Teresina, PI, Brasil, email: alex_barbo_sa@hotmail.com

terça-feira, 19 de março de 2013

NOTÍCIA - COMPUTADOR LER SONHOS


O QUE QUEREMOS - ESTUDANTES DE Ψ


CÓDIGO DE ÉTICA DO PSICÓLOGO


O QUE É ISSO?





Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo.
Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados quanto às práticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura fomentar a auto-reflexão exigida de cada indivíduo acerca da sua práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas conseqüências no exercício profissional. A missão primordial de um código de ética profissional não é de normatizar a natureza técnica do trabalho, e, sim, a de assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social daquela categoria.
Códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e de sociedade que determina a direção das relações entre os indivíduos. Traduzem-se em princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus direitos fundamentais. Por constituir a expressão de valores universais, tais como os constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos; sócio-culturais, que refletem a realidade do país; e de valores que estruturam uma profissão, um código de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de normas e imutável no tempo. As sociedades mudam, as profissões transformam-se e isso exige, também, uma reflexão contínua sobre o próprio código de ética que nos orienta.
A formulação deste Código de Ética, o terceiro da profissão de psicólogo no Brasil, responde ao contexto organizativo dos psicólogos, ao momento do país e ao estágio de desenvolvimento da Psicologia enquanto campo científico e profissional. Este Código de Ética dos Psicólogos é reflexo da necessidade, sentida pela categoria e suas entidades representativas, de atender à evolução do contexto institucionallegal do país, marcadamente a partir da promulgação da denominada Constituição Cidadã, em 1988, e das legislações dela decorrentes.
Consoante com a conjuntura democrática vigente, o presente Código foi construído a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão, suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania. O processo ocorreu ao longo de três anos, em todo o país, com a participação direta dos psicólogos e aberto à sociedade.
Este Código de Ética pautou-se pelo princípio geral de aproximar-se mais de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelo psicólogo. Para tanto, na sua construção buscou-se:
a. Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que devem orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entidades profissionais e a ciência, pois esses eixos atravessam todas as práticas e estas demandam uma contínua reflexão sobre o contexto social e institucional.
b. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções relativos aos direitos individuais e coletivos, questão crucial para as relações que estabelece com a sociedade, os colegas de profissão e os usuários ou beneficiários dos seus serviços.
c. Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais.
d. Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não em suas práticas particulares, uma vez que os principais dilemas éticos não se restringem a práticas específicas e surgem em quaisquer contextos de atuação.
Ao aprovar e divulgar o Código de Ética Profissional do Psicólogo, a expectativa é de que ele seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade as responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer diretrizes para a sua formação e balizar os julgamentos das suas ações, contribuindo para o fortalecimento e ampliação do significado social da profissão.


Link de Acesso: Código de Ética - Psicólogo

domingo, 10 de março de 2013

SOBRE AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA

O que é Avaliação Psicológica?





A Avaliação Psicológica é um processo técnico e científico realizado com pessoas ou grupos de pessoas que, de acordo com cada área do conhecimento, requer metodologias específicas. Ela é dinâmica e constitui-se
em fonte de informações de caráter explicativo sobre os fenômenos psicológicos, com a finalidade de subsidiar os trabalhos nos diferentes campos de atuação do psicólogo, dentre eles, saúde, educação, trabalho e outros setores em que ela se fizer necessária. Trata-se de um estudo que requer um planejamento prévio e cuidadoso, de acordo com a demanda e os fins aos quais a avaliação destina-se.
Segundo a Resolução CFP nº 07/2003, “os resultados das avaliações devem considerar e analisar os condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até a conclusão do processo de Avaliação Psicológica”. Cumpre enfatizar que os resultados das avaliações psicológicas têm grande impacto para as pessoas, os grupos e a sociedade.

Qual a diferença entre Avaliação Psicológica e testagem psicológica?

A Avaliação Psicológica é um processo amplo que envolve a integração de informações provenientes de diversas fontes, dentre elas, testes, entrevistas, observações, análise de documentos. A testagem psicológica, portanto, pode ser considerada uma etapa da Avaliação Psicológica, que implica a utilização de teste(s) psicológico(s) de diferentes tipos.

Quais as respostas fornecidas pela Avaliação Psicológica?

O processo de Avaliação Psicológica é capaz de prover informações importantes para o desenvolvimento de hipóteses, por parte dos psicólogos, que levem à compreensão das características psicológicas da pessoa ou de um grupo. Essas características podem se referir à forma como as pessoas irão desempenhar uma dada atividade, à qualidade das interações interpessoais que elas apresentam etc. Assim, dependendo dos objetivos da Avaliação Psicológica, a compreensão poderá abranger aspectos psicológicos de natureza diversa. É importante notar que a qualidade do conhecimento alcançado depende da escolha de instrumentos que maximizem a qualidade do processo de Avaliação Psicológica.

Que competências um psicólogo necessita para realizar Avaliação Psicológica?

Em princípio, basta que o profissional seja psicólogo para que ele possa realizar Avaliação Psicológica. Entretanto, algumas competências específicas são importantes para que esse trabalho seja bem fundamentado e realizado com qualidade e de maneira apropriada:

·         Ter amplos conhecimentos dos fundamentos básicos da Psicologia, dentre os quais podemos destacar: desenvolvimento, inteligência, memória, atenção, emoção etc, constructos esses avaliados por diferentes testes e em diferentes perspectivas teóricas;
·         Ter domínio do campo da Psicopatologia, para poder identificar problemas graves de saúde mental ao realizar diagnósticos;
·         Possuir um referencial solidamente embasado nas teorias psicológicas (Psicanálise, Psicologia Analítica, Fenomenologia, Psicologia Socio-Histórica, Cognitiva, Comportamental etc.), de modo que a análise e interpretação dos instrumentos seja coerente com tais referenciais;
·         Ter conhecimentos da área de Psicometria, para poder julgar as questões de validade, precisão e normas dos testes, e ser capaz de escolher e trabalhar de acordo com os propósitos e contextos de cada um;
·         Ter domínio dos procedimentos para aplicação, levantamento e interpretação do(s) instrumento(s) utilizado(s) para a Avaliação Psicológica.

Quais os principais cuidados que o psicólogo deve ter na escolha de um teste psicológico?

Na escolha de um teste como instrumento de Avaliação Psicológica, é fundamental que o psicólogo consulte o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi), disponível no site do Conselho Federal de Psicologia (www.pol.org.br), com o intuito de verificar se ele foi aprovado para uso em Avaliação Psicológica. Em caso afirmativo, ele deverá então consultar o manual do referido teste, de modo a obter informações adicionais acerca do construção do teste psicológico que ele pretende medir bem como sobre os contextos e propósitos para os quais sua utilização mostra-se apropriada.

Quais os principais cuidados que o psicólogo deve ter para utilizar um teste psicológico?

·         Verificar se não existem dificuldades específicas da pessoa para realizar o teste, sejam elas físicas ou psíquicas;
·         Utilizar o teste dentro dos padrões referidos por seu manual;
·         Cuidar da adequação do ambiente, do espaço físico, do vestuário dos aplicadores e de outros estímulos que possam interferir na aplicação.

Quais são os princípios éticos básicos que regem o uso da Avaliação Psicológica?

É necessário que o psicólogo mantenha-se atento aos seguintes princípios:

·      Contínuo aprimoramento profissional visando ao domínio dos instrumentos de Avaliação Psicológica;
·         Utilização, no contexto profissional, apenas dos testes psicológicos com parecer favorável do CFP que se encontram listados no Satepsi;
·         Emprego de instrumentos de Avaliação Psicológica para os quais o profissional esteja qualificado;
·         Realização da Avaliação Psicológica em condições ambientais adequadas, de modo a assegurar a qualidade e o sigilo das informações obtidas;
·         Guarda dos documentos de Avaliação Psicológica em arquivos seguros e de acesso controlado;
·         Disponibilização das informações da Avaliação Psicológica apenas àqueles com o direito de conhecê-las;
·         Proteção da integridade dos testes, não os comercializando, publicando ou ensinando àqueles que não são psicólogos.


Fonte: Conselho Federal de Psicologia agosto de 2007.